quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Os defensores do posmodernismo são de direita, ou apenas não veem seus efeitos contra a esquerda?

Publicado inicialmente em philosophy.stackexchange.com. Como os moderadores são em sua maioria de direita, já estou prevendo que a questão não será bem recebida, isso se não for fechada. É que a direita tem, por definição, problemas com a honestidade quando precisa de votos numa democracia; e isso obviamente se estende à Academia e além...

Em uma decisão recente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) sobre a aprovação ou não de uma certa semente transgênica, eu li os votos dos membros da comissão e seus argumentos. Na verdade, o único membro a apresentar qualquer argumento foi o único voto contrário à aprovação. Em três páginas, ele apresentou uma lista das razões pelas quais ele pensava que aquela semente ainda não era segura para produção em massa. Todos os outros membros (cerca de dez) apenas votaram pela aprovação, sem ao menos argumentar por que pensavam que o outro membro estava errado. Você não precisa fazer isso em tempos posmodernos. "Cada um tem a sua verdade", então qual é o ponto em debater? Os posmodernos não veem nenhuma utilidade em tentar alcançar um consenso. Eu não estou certo se os dez membros da comissão receberam algum dinheiro para ajudá-los a decidir seus votos (o que é provável), o maior problema é que eles podem votar sem explicar suas razões (o que é um escândalo, uma vez que havia fortes razões para votar contra a aprovação). Esta "morte da razão" é a mais trágica consequência do posmodernismo.

Que o posmodernismo de fato prejudica a esquerda é algo que bem poucas pessoas perceberam nos seus primeiros dias, mas agora na era Trump isso está ficando cada vez mais evidente.

O número de críticas contra o posmodernismo é não apenas enorme, mas muitas delas vêm de intelectuais muito respeitados. Quando Derrida ganhou um título honorário em Cambridge, por exemplo, alguns deles (incluindo Barry Smith, Hans Albert, David Malet Armstrong, Ruth Barcan Marcus, Willard Van Orman Quine, Peter Simons, René Thom, entre outros) assinaram uma carta de protesto, onde podemos ler (ênfase minha nesta e nas próximas citações):
Muitos filósofos franceses veem em M. Derrida apenas razão para um embaraço silencioso, seus absurdos contribuindo de forma significativa para a impressão geral de que a filosofia francesa contemporânea é pouco mais que um objeto de ridículo.
(...) Muitos quiseram dar a M. Derrida o benefício da dúvida, insistindo que uma linguagem tão profunda e de difícil interpretação deve de fato esconder pensamentos profundos e sutis.
Porém, quando buscamos compreendê-lo, fica claro, ao menos para nós, que, onde declarações coerentes estão finalmente sendo feitas, essas são falsas ou triviais.
Status acadêmico baseado no que parece para nós ser pouco mais que ataques semi-inteligíveis aos valores da razão, verdade e conhecimento não é, afirmamos, base suficiente para conceder um título honorário em uma universidade reconhecida.
E consideremos o ponto de vista de Chomsky (vídeo, transcrição):
É tudo muito exagerado, você sabe, um monte de prestígio e tudo mais -- tem um efeito terrível sobre o "terceiro mundo" [esta parte não pode ser destacada o suficiente]. No "primeiro mundo", países ricos, não importa tanto. Então se um monte de nonsense continua aparecendo nos cafés de Paris ou no departamento de literatura comparada de Yale -- bem, ok. Por outro lado, no "terceiro mundo", movimentos populares realmente precisam da participação de intelectuais sérios. E se estão todos gritando absurdos posmodernos... bem, então já era. Eu vi exemplos reais -- poderia te mostrar.
Mas -- então há esta categoria. E é considerada bem de esquerda, bem avançada. Bom, parte do que há ali de fato faz sentido. Mas quando a reproduzimos em linguagem acessível, vemos que é banal. Então sim, é perfeitamente verdadeiro que quando olhamos para cientistas no Ocidente, a maioria é de homens. E é perfeitamente verdadeiro que as mulheres tiveram dificuldade em entrar nos campos científicos. E é perfeitamente verdadeiro que existem fatores institucionais que determinam como a ciência age, e que isso reflete estruturas de poder. Quero dizer TUDO isso pode ser descrito literalmente em linguagem acessível, e se tornam coisas óbvias quando as olhamos. Por outro lado, você não se torna um intelectual respeitado apresentando coisas óbvias em linguagem acessível.
Consideremos como o posmodernismo foi usado pela direita recentemente (exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), apesar da maioria ainda parecer acreditar que se trata de um "movimento de esquerda". Claro, isso não é novidade. Vejamos, por exemplo, esta citação de Benito Mussolini:
Se relativismo significa desprezo por categorias fixas e por aqueles que clamam ser os portadores da eterna verdade objetiva, então não há nada mais relativista que as atitudes e atividades fascistas. A partir do fato de que todas as ideologias têm igual valor, nós fascistas concluímos que temos o direito de criar nossa própria ideologia e aplicá-la com toda a energia de que somos capazes.
(E acho que não preciso descrever como o posmodernismo é um novo tipo de relativismo.)

Ou esta outra do grande historiador, Eric Hobsbawm:
Todavia, de algumas formas eu perdi contato com muitas das correntes da cultura e discussão teórica francesas após a década de 1960, e, embora qualquer admirador de Queneau e Perec não possa evitar ser simpático à tradição intelectual francesa de jogar com a linguagem, à medida que pensadores franceses cada vez mais entraram no território do 'posmodernismo', eu os achei desinteressantes, incompreensíveis, e de qualquer forma sem muito uso para historiadores. Mesmo seus trocadilhos pareceram sem gosto.
Melhor ainda, podemos voltar alguns séculos e nos lembrar das palavras de Schopenhauer:
Se um homem é capaz de pensar qualquer coisa, ele também é sempre capaz de expressá-la em termos claros, legíveis e sem ambiguidade. Esses escritores que criam sentenças difíceis, obscuras, complicadas e ambíguas, mais provavelmente não sabem ao certo o que querem dizer: têm apenas uma consciência vaga a respeito, ainda lutando para se transformar numa ideia. Geralmente, na verdade, seu desejo é esconder de si e dos outros que realmente não têm nada a dizer.
Mostrei algumas outras críticas em outro lugar. Mas o que realmente me incomoda é quantos filósofos (e estudantes de filosofia) insistem em não ver nada de errado sobre isso. A pergunta é: por quê? Não pensaram bastante sobre isso, e apenas assumem que um movimento tão grande e popular "deve estar certo"? Veem nesse movimento uma oportunidade para seu próprio individualismo e falta de interesse no "bem comum"? Pensaram bastante, e realmente acreditam que o posmodernismo é o caminho para o "bem comum"? Estão distantes o bastante do "terceiro mundo" para não verem o que acontece lá? Algum filósofo já publicou suas ideias honestas sobre esse assunto?

PS: Todas essas questões se aplicam não apenas a filósofos e estudantes de filosofia, mas também aos usuários e moderadores desse site.


Observação: 6 horas após colocada a pergunta no site, com 400 visualizações (um recorde para mim), a mesma já teve 3 votos para fechamento. Como eu dizia, a direita odeia perguntas que falem sobre a realidade dos fatos, admitindo apenas perguntas que permitam ao estudioso mostrar como leu até à exaustão textos que nem sempre têm alguma utilidade para a sociedade. Que pena! (Para comparação, esta outra pergunta, relacionada, teve apenas 95 visualizações em 3 dias...)

Sobre as críticas apontadas em "outro lugar", havia uma pergunta sobre a razão do site ter recebido tão poucas nomeações para moderador. Sugeri que devia ter algo a ver com a redução do valor da filosofia no Ocidente, causada pelo posmodernismo e sua valorização do "tanto faz" ("anything goes"). Desnecessário dizer que esta interpretação foi muito mal recebida. Segue aqui sua tradução:

O posmodernismo está destruindo a filosofia séria. Quando a maioria das pessoas concorda que "tanto faz" ou que "tudo é conhecimento", resta ainda algum ponto na lógica e na razão? Na filosofia e na ciência? Tempos sombrios espreitam o Ocidente, e a eleição de alguém como Donald Trump (nem mesmo os republicanos queriam a sua nomeação) é um sinal disso. O obscurantismo é a única forma que as elites encontraram de impedir uma crescente multidão científica/filosoficamente informada de tomar o seu poder. Poucas pessoas perceberam isso, mas o "desejo de ser parte deste século" tem feito a maioria surda aos seus argumentos. Então, tudo isso reflete na eleição neste site, onde eu fui o segundo melhor candidato, mesmo sem saber exatamente como tudo aqui funciona. Obrigado a todos pela experiência!

"Que este tipo de pensamento infantil [de Slavoj ‌‌Zizek] seja celebrado nas universidades e entre uma camada de semi-intelectuais nos dois lados do Atlântico é testemunho da profunda crise da ideologia burguesa." - Zizek in Manhattan: An intellectual charlatan masquerading as “left”

"(...) ideias firmes na raiz do posmodernismo (...) ameaçam nos levar de volta a uma cultura 'pré-moderna' irracional e tribal" - How French “Intellectuals” Ruined the West: Postmodernism and Its Impact, Explained

"Simplesmente manter a visão de que uma realidade objetiva, mensurável existia (i.e. positivismo lógico) era considerado uma violação contra o grupo. Manter esta visão era considerado herético e praticamente considerado um pecado -- Não estou exagerando." - My Apostasy from the Church of Critical Theory

"Neste estado atual, a educação lembra o que os gregos antigos certamente chamariam tragédia: um declínio, ou queda de uma posição outrora mais elevada, mais exaltada. (...) Estudantes não distinguem a Constituição da Declaração de Independência. Estudantes de graduação não conseguem aprender, muito menos dominar, os rudimentos de escrever um parágrafo aceitável. (...) Como insulto final, e ironicamente uma dádiva da programação de televisão recente, graduados adultos têm dificuldade em competir, sem sucesso, com -- de todas as pessoas -- alunos da quinta série em um show de TV." - Tragedy and Comedy in Postmodern Education

"Nós mandamos nossos filhos para a universidade com a melhor intenção do mundo, esperando que eles aprenderão as ferramentas para navegar a realidade observável, e não inculcados com a compulsão de negá-la." - The Quiet Tragedy of Postmodern Education

"(...) o posmodernismo dá uma cláusula de escape a criacionistas, céticos das mudanças climáticas, a administração Bush [ou Trump], e sim, Stephen Colbert, de desprezar fatos e a comunidade baseada na realidade em favor de suas próprias ilusões." - Postmodernism, truth, and bullshit

"A posmodernidade é uma condição de profunda e crescente injustiça, e o posmodernismo é sua ideologia legitimizadora. E enquanto a maioria dos pensadores ocidentais mentem pra si mesmos e argumentam que o posmodernismo é uma teoria nova não-redutiva, não-totalizadora, de liberação, a realidade é que se trata de uma condição que significa restaurantes étnicos e música do mundo para a elite ocidental e devastação, devastação total, para a maioria dos Outros." - A Potent Critique of Western Cultural Imperialism [Customer Review]

"Posmodernismo. Originalmente um tema dentro da estética, colonizou 'áreas sempre crescentes', de acordo com Ernesto Laclau, 'até que se tornou o novo horizonte da nossa experiência cultural, filosófica e política.' (...) O narcisismo consumista e um cósmico 'qual a diferença?' marcam o fim da filosofia como tal e a formação de uma paisagem, de acordo com Kroker e Cook, de 'desintegração e ruína contra uma radiação de fundo de paródia, cafonice e esgotamento.'" - The Catastrophe of Postmodernism

"(...) a solução proposta para este estado de coisas pelos posmodernos é muito, muito pior que a doença: substituir todas as perguntas individuais pelo que basicamente se resume a pensamento coletivo, com a palavra final sobre a verdade sendo quem acredita, e não por quê." - Post-modernism: a lie with some truth in it...

Finalmente, para concluir esta apresentação de evidências sobre por que a filosofia ocidental está dentro (ou muito perto) da UTI (senão abandonada à própria sorte), o Gerador Posmoderno. Que um texto como esses tenha sido aceito numa revista científica "séria" (o Caso Sokal), é evidência bastante que algo definitivamente não cheira bem no reino... Outra linha de evidência é o número de pessoas aqui neste site que prefere ignorar o que está acontecendo, e jamais prestar atenção a este tipo de denúncia.

Resumo (para quem ainda não entendeu como isso se refere à questão)

A filosofia séria, como a ciência séria, está sendo tratada como a "mãe de todos os vícios" pelos posmodernos. A filosofia está se tornando tão relevante quanto a alquimia ou a "ciência da Terra plana". Assim, se a filosofia não passa de um "hobby divertido, embora inútil", por que alguém perderia seu tempo em um trabalho sério como moderador de um fórum de discussão sério sobre filosofia? Eu penso que isso explica por que este site tem tido muito menos nomeações que suas contrapartes científicas (i.e. parece que a filosofia é muito mais dominada pelos vícios do pensamento posmoderno do que as ciências naturais).



Encontrei ainda mais dois argumentos mostrando como o posmodernismo é de direita. Neste ponto, acho que só faz sentido inclui-los aqui, uma vez que os "filósofos profissionais" (pelo menos nos países de língua inglesa) não querem ouvir falar sobre isso...

"Se nós enfrentarmos o posmodernismo de direita com o posmodernismo de esquerda, o único resultado possível é uma política cada vez mais restrita ao "poder faz o certo", e a direita vencerá esta luta." - How Postmodernism Undermines the Left and Facilitates Fascism


"Parece existir um consenso entre a maioria dos filósofos modernos que, em muitos casos, se você escreve de forma incompreensível, suas chances de ser reconhecido como um filósofo sério são maiores do que se você escrever com clareza." - How not to write in philosophy – Against obscurantism




Abaixo, o texto original:

Postmodernism advocates are Right-wing or just can't see its effects against the Left?

In a recent decision from the Brazilian Committee for Biosafety regarding the approval or not of a certain transgenic seed, I've read the delegates votes and their reasoning. Actually, the only one who presented any reasoning was the only vote against the approval. In three pages, the delegate presented a list of reasons why he thought that seed wasn't safe enough for mass production. All other delegates (about ten) just voted in favor of approval, without at least arguing why they thought the other delegate was wrong. You don't need to do this in Postmodern times. "Each one has its own truth", so what's the point in debating? Postmodernists don't see any sense in trying to reach consensus. I'm not sure if the ten delegates received any money to help them decide their votes (what is probable), the biggest problem is that they're allowed to vote without explaining their reasoning (what's scandalous, since there were strong reasons to vote against the approval). This "death of reason" is the utmost tragic consequence of Postmodernism.

That Postmodernism is indeed harmful to the Left is something very few people have noticed in its early days, but now in Trump's era it's becoming more and more evident.

The number of critics against Postmodernism is not only huge, but many also come from very respected intellectuals. When Derrida earned an honorary degree in Cambridge, for instance, some of them (including Barry Smith, Hans Albert, David Malet Armstrong, Ruth Barcan Marcus, Willard Van Orman Quine, Peter Simons, René Thom, among others) signed a letter of protest, where we can read (emphasis mine on this and next quotes):
Many French philosophers see in M. Derrida only cause for silent embarrassment, his antics having contributed significantly to the widespread impression that contemporary French philosophy is little more than an object of ridicule.
(...) Many have been willing to give M. Derrida the benefit of the doubt, insisting that language of such depth and difficulty of interpretation must hide deep and subtle thoughts indeed.
When the effort is made to penetrate it, however, it becomes clear, to us at least, that, where coherent assertions are being made at all, these are either false or trivial.
Academic status based on what seems to us to be little more than semi-intelligible attacks upon the values of reason, truth, and scholarship is not, we submit, sufficient grounds for the awarding of an honorary degree in a distinguished university.
And consider Chomsky's point of view (video, transcription):
It's all very inflated, you know a lot of prestige and so on – it has a terrible effect in the Third World [this part just can't be stressed enough]. In the First World, rich countries, it doesn't really matter that much. So if a lot of nonsense goes on in the Paris cafés or Yale comparative literature department – well, okay. On the other hand in the Third World, popular movements really need serious intellectuals to participate. And if they're all ranting postmodernist absurdities... well, they're gone. I've seen real examples – could give them to you.
But – so there is that category. And it’s considered very left wing, very advanced. Well, some of what appears in it, actually makes sense. But when you reproduce it in monosyllables [legible text], it turns out to be truisms. So yes, it is perfectly true that when you look at scientists in the West, they’re mostly men. And it’s perfectly true that women have had a hard time breaking into the scientific fields. And it’s perfectly true that there are institutional factors determining how science proceeds that reflect power structures. I mean ALL of this can be described literally in monosyllables, and it turns out to be truisms when you look at it. On the other hand, you don’t get to be a respected intellectual by presenting truisms in monosyllables.
Consider how Postmodernism has been used by the Right-wing recently (examples here, here, here, here and here), despite most still seeming to believe it's a "Left-wing movement". Of course, that's nothing new. Consider, for instance, Benito Mussolini's quote:
If relativism signifies contempt for fixed categories and those who claim to be the bearers of objective immortal truth, then there is nothing more relativistic than Fascist attitudes and activity. From the fact that all ideologies are of equal value, we Fascists conclude that we have the right to create our own ideology and to enforce it with all the energy of which we are capable.
Or this one from the great historian, Eric Hobsbawm:
Nevertheless, in some ways I had lost touch with many of the currents of French culture and theoretical discussion after the 1960s, and, although any admirer of Queneau and Perec cannot but be sympathetic to the French intellectual tradition of playing games with language, as French thinkers increasingly moved into the territory of ‘postmodernism’ I found them uninteresting, incomprehensible, and in any case of not much use to historians. Even their puns failed to grip.
Better yet, we can go back a few centuries and recall Schopenhauer's words:
If a man is capable of thinking anything at all, he is also always able to express it in clear, intelligible, and unambiguous terms. Those writers who construct difficult, obscure, involved, and equivocal sentences, most certainly do not know aright what it is that they want to say: they have only a dull consciousness of it, which is still in the stage of struggle to shape itself as thought. Often, indeed, their desire is to conceal from themselves and others that they really have nothing at all to say.
I have pointed out some other critics elsewhere. But what really bugs me is how many philosophers (and philosophy students) insist in seeing nothing wrong with it. The question is: why? Haven't they thought enough about it, and just assume that such a great and fashionable movement "must be right"? They see in it an opportunity for their own individuality and lack of interest in the "greater good"? Have they thought enough, and really believe Postmodernism is the way to the "greater good"? Are they far enough from the "third-world" so as not to see what's going on there? Had any philosopher published his honest views on this point?

PS: All these questions apply not only to philosophers and philosophy students, but also to the users and moderators on this site.

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