segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Alfred Mitchell-Innes (1864–1950), um homem honrado

Innes via suas circunstâncias [da maioria dos presos] como trágicas não apenas pela maneira como foram forçados a viver, mas também pelo papel que a sociedade desempenhou em levá-los a cometer os atos que os colocaram atrás das grades. Os pobres eram constantemente bombardeados com anúncios, imagens de “janelas brilhantemente iluminadas, cintilando com ouro e prata e joias baratas”, e as estações de ônibus e bondes eram cobertas com “fotos de casas que os pobres nunca poderiam ter”. Como, então, pensou Innes, poderíamos puni-los “quando empregamos toda a nossa arte para tentá-los a cometer seu crime?”

— L. Randall Wray (ed). 2004. Credit and State Theories of Money: The Contributions of A. Mitchell Innes. p. 5–6.

Alfred Mitchell-Innes (1864–1950), eis um homem honrado.

O comércio é um jogo. Quando começa a próxima partida?

“O comércio é um jogo, e de pedintes não se pode ganhar nada. Se por muito tempo se ganhasse tudo de todos, seria necessário devolver aos perdedores a maior parte dos lucros obtidos, a fim de recomeçar o jogo”.

— Isaac de Pinto, Traité de la circulation et du crédit (Amsterdã, 1771), p. 231. Apud Karl Marx, O Capital, Livro I (São Paulo, Boitempo, 2013), p. 227.

Sobre este assunto, ver também o livro de Michael Hudson (2018) “…and forgive them their debts”.