sexta-feira, 20 de julho de 2018

Cristianismo e Islamismo = Monocultura


“As causas desse padrão ininterrupto de conflitos não estão em fenômenos transitórios como o fervor cristão do século XII ou o fundamentalismo muçulmano do século XX. Elas decorrem da natureza dessas duas religiões e das civilizações nelas baseadas. Os conflitos eram, por um lado, fruto das diferenças, especialmente da concepção muçulmana do Islamismo como um estilo de vida que transcendia e unia religião e política versus a concepção cristã ocidental da separação dos reinos de Deus e de César. Entretanto, os conflitos também se originavam de suas similitudes. Ambas são religiões monoteístas, que, ao contrário das politeístas, não podem assimilar com facilidade outras divindades e que veem o mundo em termos dualistas, de nós-e-eles. Ambas são universalistas, afirmando serem a única fé verdadeira à qual devem aderir todos os seres humanos. Ambas são religiões missionárias, acreditando que seus seguidores têm a obrigação de converter os não-crentes a essa única fé verdadeira. Desde suas origens, o Islamismo se expandiu pela conquista e, quando surgiram oportunidades, o mesmo se deu com o Cristianismo. As concepções paralelas de “jihad” e de “cruzada” não só se parecem como distinguem esses dois credos de outras grandes religiões do mundo. O Islamismo e o Cristianismo, junto com o Judaísmo, têm uma visão teleológica da História, em contraste com a visão cíclica ou estática que prevalece nas outras civilizações.”

Samuel P. Huntington, O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial. Ed. Objetiva, 1996. Pg. 264

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